segunda-feira, 7 de março de 2011

Os presos politicos nos Estados Unidos e os Direitos Humanos

Bradley Manning obrigado a estar nu

O cabo, que é acusado de ter entregue documentos a WikiLeaks, foi obrigado a despir-se na sala de revista, as suas roupas foram confiscadas, assim voltou à cela e à cama, e lá passou as sete horas seguintes, em inadmissível situação de exposição e humilhação. Por David E. Coombs, advogado de Bradley Manning.

Bradley Manning

Bradley Manning

O cabo Manning foi obrigado a despir-se e dormir nu, pela segunda noite consecutiva. Como ontem1, os guardas da prisão Brig – da Marinha dos EUA, em Quantico, Virginia – obrigaram o prisioneiro a despir-se na sala de revista e confiscaram todas as suas roupas, antes de o autorizar a voltar à cela. O cabo Manning em seguida andou nu de volta à cela e à cama, e lá passou as sete horas seguintes, em inadmissível situação de exposição e humilhação.

A decisão de recolher as roupas do prisioneiro foi tomada pela brigadeira comandante Denise Barnes. Segundo o primeiro-tenente Brian Villard, porta-voz da Marinha, a decisão “não foi punitiva” e tomada conforme as regras da prisão Brig.

Não há justificação concebível para exigir que um soldado entregue as roupas e permaneça nu na sua cela durante sete horas, obrigado a apresentar-se à revista na manhã seguinte. O tratamento é ainda mais degradante, sabendo que o Cabo Manning é monitorizado – por vigilância directa e por câmaras de vídeo – 24 horas por dia.

A defesa foi informada pelos oficiais da prisão, que a decisão de confiscar as roupas do prisioneiro Manning foi tomada sem qualquer consulta aos psiquiatras e médicos responsáveis pela saúde física e mental do prisioneiro na prisão Brig.

Na 5ª-feira, o Estado respondeu à carta da Defesa que mais uma vez protestou, com base no art. 138, contra as condições a que o prisioneiro está confinado. A decisão preliminar do Estado foi negar acolhimento ao pedido de que o prisioneiro Manning fosse removido da situação de custódia máxima e retirado da vigilância para prevenção de auto-agressão. A Defesa tem agora dez dias para treplicar.

Artigo publicado em countercurrents.org , traduzido pelo colectivo da Vila Vudu e disponível em redecastorphoto.blogspot.com


Nota explicativa:

1 “Ontem, 2/3/2011, o prisioneiro Manning foi inexplicavelmente obrigado a despir-se e permaneceu na sua cela durante sete horas, despido. Às 5h da manhã, ao toque de alvorada, o prisioneiro Manning foi arrastado para fora da cela e obrigado a permanecer em pé, no corredor.

O Supervisor do Dia chegou pouco antes das 5h da manhã. Ao chegar, repreendeu o cabo Manning, depois de fazer, ele mesmo, a contagem dos prisioneiros. Em seguida, o prisioneiro Manning recebeu ordens para se sentar na sua cama. Dez minutos depois, um guarda devolveu-lhe as roupas.

Esse tratamento é degradante e indesculpável e injustificável. Traz vergonha ao sistema da justiça militar dos EUA e não pode ser tolerado. O prisioneiro Manning foi informado de que na noite seguinte o procedimento seria repetido. Nenhum outro detido na prisão de Quantico enfrenta condições semelhantes de isolamento e humilhação.”

Destes não se fala nas TVs "democráticas", das torturas, da desumanização, do tratamento animalesco, do desrespeito dos mais elementares direitos humanos. Isto é uma prisão nos Estados Unidos. Nem falemos do que ocorre em Guantanamo e nas prisões secretas espalhadas pelo mundo, Iraque, Afganistão, Kosovo, etc.

Mas são estes Srs. Obamas, Clintons e similares que pretendem dar lições ao mundo.

Basta de hipócrisia, quem não respeita os direitos humanos, quem não assina os tratados internacionais, como o do Tribunal Criminal Internacional (para não ser sujeito a sanções), são os "democráticos" Estados Unidos.

Se o fizessem, seguramente o seu governo, senado e parlamento estariam hoje a cumprir penas criminais pelos diversos genocidios contra a humanidade cometidos ao longo das ultimas décadas.

Mas a justiça um dia vai chegar...

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