Centenas de detidos em protesto contra Wall Street em Nova York
Os ativistas protestam contra o que chamam de injustiças no sistema financeiro, a alta taxa de desemprego, a penhora de habitações, a ajuda estatal aos bancos em 2008 e o tratamento às minorias.
Há duas semanas, haviam sido presos 80 ativistas que faziam uma passeata por Manhattan. O argumento da polícia é que eles perturbaram o trânsito. Na marcha de protesto, os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres: "Impostos para os ricos" e "precisamos de dinheiro para o sistema de saúde, e não de presentes para empresas".
Na sexta-feira, cerca de duas mil pessoas fizeram uma passeata a partir de Wall Street, o centro financeiro nova-iorquino, até a central de polícia da cidade, para protestar contra a repressão policial nas manifestações.Apoio de nomes famosos
O movimento recebeu o apoio de importantes nomes do cinema. O cineasta Michael Moore, conhecido por sua postura crítica, e as atrizes Susan Sarandon e Whoopy Goldberg visitaram os ativistas no Zuccotti Park.
Também neste sábado, a polícia confirmou a detenção de manifestantes em Boston, onde, segundo os organizadores do movimento, cerca de 3 mil pessoas bloquearam a entrada do Bank of Amerika, o maior banco norte-americano.
Alto índice de pobreza
Segundo dados do departamento norte-americano de Estatísticas, no ano passado 15,1% da população dos Estados Unidos estavam abaixo do índice de pobreza. Trata-se do maior índice desde 1993. Em termos absolutos, os 46,2 milhões de norte-americanos considerados pobres em 2010 representam um recorde desde o início do registro deste tipo de dados, há 52 anos.
Os números de 2010 representam um crescimento no quarto ano consecutivo.
Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos têm a mais alta cota de pobreza entre os países industrializados. A pobreza é maior entre a população afro-americana (27,4%), mas também entre os de origem hispânica ela é alta (26,6%).
Sequelas da crise
Os números refletem a difícil situação da economia norte-americana. O país ainda enfrenta as consequências da recessão deflagrada pela crise financeira e imobiliária de quatro anos atrás. A cota de desemprego em 2010 foi de 9,6%. A renda familiar média diminuiu 6,4% desde 2007, para 49.445 dólares.
Comparada ao aumento da inflação, a renda familiar pouco evoluiu nos últimos 30 anos. Segundo dados da emissora CNN, enquanto aos preços de hoje uma família nos EUA dispõe em média de 11% a mais do que em 1980, os preços pagos pelo consumidor subiram 155%.
Autor: Martin Schrader (rw)
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